Os dias
Como feitiços do tempo
Correndo ao encontro
De um mágico momento
Na foz do infinito
Onde se perde a noção
De medo ou perigo
Para então mergulhar
No oceano de tudo que é
possível
Os dias humanos
Dias mortais que remetem à
fragilidade da matéria
O fluxo de acontecimentos
Que prossegue revelando
lentamente
A grandeza de tudo que vai
surgindo
O que vai se mostrando real
Aparecendo devagar aos que
antes nem sequer imaginavam
Aquilo que aflora
Para que existir seja um
fato consumado
Gerando conseqüências
Desenvolvendo contínuas
modificações
E vamos nos adaptando a tudo
isto
Em nossa busca de paz,
alegria e bem-estar
E vamos
Nos conformando com os
limites da existência
Desde que possamos contar
com alguns momentos de felicidade
Portanto nem sempre lamentamos
E muitas vezes esquecemos
A grandeza do esforço que é
viver
Nesta condição física
Dentro desta civilização
doente
Que se mostra incapaz de dar
prioridade
Ao suprimento do que é
necessário
Para que possamos viver com
equilíbrio,
Saciados de estímulos positivos,
Em harmonia com o mundo
natural.
***
22/12/2011